Queda do Muro de Berlim completa 33 anos
O maior símbolo da Guerra Fria começava a ser derrubado em 9 de novembro de 1989. O Muro de Berlim desmoronava depois de dividir a cidade por décadas. Entretanto, a sociedade alemã levaria mais tempo para se reintegrar de fato.
No final da Segunda Guerra Mundial, a
Alemanha foi invadida pelos exércitos aliados. Após a guerra, o país foi dividido
ao meio. A parte oeste ficou com o lado capitalista, liderado por Estados
Unidos, Reino Unido e França. A parte leste ficou sob domínio da União Soviética.
Assim, surgiram a República Democrática Alemã (RDA) – Alemanha Oriental,
comunista – e a República Federal da Alemanha, conhecida como Alemanha
Ocidental.
A Guerra Fria estava no seu auge e fazia
o mundo se dividir entre os blocos capitalista e socialista.
Berlim também estava dividida ao meio,
separada por capitalistas em Berlim Ocidental e comunistas em Berlim Oriental.
A questão é que Berlim estava no território da Alemanha Oriental, era uma
cidade rodeada pelo domínio comunista. E, de repente, a situação se agravou.
Em agosto de 1961, o governo da Alemanha
Oriental, em parceria com a União Soviética, decidiu cercar toda a Berlim
Ocidental com arame farpado. Isso mesmo. Em questão de horas, a fronteira era
fechada e Berlim Ocidental se transformava numa ilha capitalista no meio da
Alemanha Oriental.
Milhares de pessoas tiveram que decidir em
pouco tempo de que lado ficariam. Meses depois, o arame farpado seria
substituído por uma estrutura de 155 quilômetros de extensão com muros, torres
e sistemas de segurança.
O objetivo do gigantesco muro era
impedir que pessoas fugissem do lado comunista e fossem para Berlim Ocidental. Era
crime tentar fugir e atravessar o muro. Quem tentava fazer isso era tratado
como traidor. Os soldados que guardavam o muro tinham a permissão para atirar
contra fugitivos se as ordens de parada não fossem obedecidas.
Por 28 anos o muro separou milhares de alemães.
Famílias, parentes e amigos ficaram sem se ver. Centenas de pessoas morreram
tentando atravessá-lo.
No final da década de 1980, a União
Soviética já apresentava sinais de colapso e o líder Mikhail
Gorbachev implantou medidas de abertura política e econômica. A Alemanha
Oriental tentava resistir às mudanças soviéticas, mas já não era mais possível.
Em novembro de 1989, houve o início da Queda do Muro. Finalmente, os alemães
puderam cruzar a fronteira.
A reunificação da Alemanha aconteceu formalmente apenas em 3 de outubro de 1990, quando a Alemanha Oriental foi
dissolvida e todo o seu território passou a fazer parte da Alemanha Ocidental. A
União Soviética acabou em 1991 e os países membros do bloco se tornaram independentes.
Mesmo após décadas, indicadores sociais
mostram que a integração da sociedade alemã não está completa. Por exemplo, alemães
orientais, em média, ainda ganham menos do que os alemães ocidentais.
A democracia renasce na Alemanha
Quando se estuda Socialismo e Comunismo é
de praxe ler sobre a Revolução Cubana, a Coluna do brasileiro Luís Carlos
Prestes, Mao Tsé-Tung na China
e toda a história da União Soviética. Esses regimes de governo fizeram sentido
para líderes e povos, mas já não cabem no século 21.
A luta da classe operária contra a
burguesia e a consequente tomada do poder pelos trabalhadores sempre termina
numa ditadura que dura décadas. A História mostra isso. Cuba, Coreia do Norte e
União Soviética viveram isso.
No livro O Manifesto Comunista,
publicado em 1848 por Karl Marx e Friedrich Engels, é possível sentir a
indignação dos autores e o senso de urgência por mudanças sociais. A luta
socialista chamou a atenção para os abusos e os crimes cometidos por patrões e
empresários no século 19. Marx deve ter visto situações absurdas. Com esse
movimento, trabalhadores e camponeses se uniram, formaram sindicatos, organizações
e lutaram por melhores condições de trabalho.
Idealizado por Marx e Engels, o
Comunismo nunca existiu, não em sua essência. Revolução, tomada do poder, instauração
do socialismo, operários no comando... sim, tudo isso ocorreu. Porém, a última
fase do projeto comunista não aconteceu: a implantação de uma sociedade comum e
livre, com as pessoas possuindo terras, trabalhos, direitos e educação de forma
igualitária.
Não funcionou porque não há como nivelar
todas as pessoas de uma sociedade. Elas são diferentes e os seus recursos, crenças
e modo de viver também são diferentes. O equilíbrio duraria alguns minutos. O que
se viu foi o uso de força militar, censura, corrupção e confisco de
propriedades para o Estado comunista manter o controle social, político e
econômico. É necessário avaliar esses fatos com olhos de observador.
Atualmente, o trabalhador que atua numa
fábrica ou numa fazenda tem os seus direitos preservados. A Constituição
brasileira garante isso. É claro, os governos e a sociedade devem fiscalizar as
atividades para que direitos e deveres sejam cumpridos. É difícil de acreditar,
mas ainda existe trabalho escravo no Brasil e em outros países.
O Muro de Berlim avisa que a separação
de um povo é triste e cruel. Até agora a Alemanha trabalha para reintegrar os
seus cidadãos. O povo alemão derrubou velhas ideias e reunificou o seu país. A democracia
alemã renasce e hoje tem condições de receber refugiados de vários lugares do
mundo.

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