O Brasil pede paz nas eleições!
Provavelmente alguém já te perguntou: E aí, vai votar no Bolsonaro ou no Lula? Talvez você já saiba a resposta. Talvez ainda não tenha decidido. Muitas vezes, infelizmente, é melhor nem responder para evitar briga. Hoje vivemos num ambiente social de muita polarização política e sabemos de casos de violência e morte por discussões políticas que viraram tragédias.
O momento é delicado e
requer atenção. Entretanto, não precisa ser assim! Parece clichê, mas é hora do
povo se unir e não se dividir. É preciso entender a diferença entre adversários
políticos e inimigos mortais. Vivemos numa democracia. Sim, ela existe, cheia
de erros e dificuldades, mas ainda é uma democracia. Adversários políticos
existem e fazem parte desse regime de governo chamado democracia.
O Brasil perde com o seu
povo dividido. É claro, no processo eleitoral cada um acredita num partido, num
político e isso faz parte do jogo democrático. Porém, não podemos perder o
diálogo. Por vezes, a pessoa “do outro lado” é desconsiderada, excluída e
cancelada simplesmente por acreditar em algo diferente.
O diálogo saudável e
pacífico ajuda a construir uma democracia melhor. Outro dia eu li numa revista
que um dos pontos fortes da democracia dos Estados Unidos é justamente a
alternância de poder e o diálogo entre o partido democrata e o partido
republicano. Não existe a possibilidade de um partido ficar 20 anos no poder.
Há mudanças frequentes. A cada quatro ou a cada oito anos um desses partidos
assume o poder e governa. São partidos completamente diferentes, mas convivem
num ambiente democrático. Isso funciona nos Estados Unidos há mais de 200 anos.
Lá, a democracia também não é perfeita e apresenta problemas.
É necessário que no Brasil
possamos pensar além da ideia de um “salvador da pátria” ou da existência de um
“pai dos pobres”. Precisamos ir além e transformar esse momento numa
oportunidade de dar continuidade na democracia brasileira e não quebrá-la com
atos de violência.
Não precisa haver uma guerra
entre quem usa amarelo e quem usa vermelho. Independentemente de quem assumir a
presidência da república em janeiro de 2023, no final das contas, é o povo
brasileiro quem leva o país para frente. É o povo que faz acontecer! É o povo
que produz recursos e riquezas e movimenta tudo.
Hoje o povo quer saúde, paz,
segurança, educação e trabalho. O povo não quer guerra nem mais dificuldade
econômica. Ocorreu uma melhora na criação de empregos em 2021. Mesmo
assim, sabemos que o Brasil levará muito tempo para se recuperar das
consequências econômicas da pandemia de covid-19. O povo brasileiro terá de
trabalhar bastante para “reconstruir” o país. Por isso, precisamos do diálogo.
O bom diálogo apresenta soluções práticas e não somente palavras ao vento. É
preciso ouvir o outro, escutar de verdade e não apenas falar.
Neste mês de setembro, o
Brasil completa 200 anos de independência. O país está alegre e tem de estar
mesmo. Porém, essa comemoração deve ser realizada com responsabilidade. “Os
dois lados” da política devem manter a ordem e a paz.
200 anos de Independência
Há 200 anos, Dom Pedro I,
princesa Leopoldina e José Bonifácio lideraram o movimento da Independência do
Brasil. Eles deram continuidade no processo de emancipação do país, que começou
com a vinda da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808. Dom João VI
fugiu de Napoleão e veio para cá. O Brasil deixou de ser uma simples colônia e
se transformou em reino.
Com o passar dos anos,
muitos avanços políticos e sociais foram feitos e, em 1822, já não era possível
aceitar um Brasil obediente a Portugal. Não era possível retroceder. A
independência veio e o país se tornou livre. Houve grande divergência. A guerra
pela independência durou alguns anos e milhares morreram. Porém, estava feito.
O Brasil iniciou a sua jornada, começou a caminhar sozinho naquela distante década
de 1820.
Índios, portugueses e negros
africanos (a primeira miscigenação do país, a primeira mistura de povos do
Brasil) fundaram um país novo, com identidade própria e que merecia liberdade.
Estudando História, eu
percebi que as revoluções sempre geram um banho de sangue e trazem mudanças
muito bruscas, rápidas. Geralmente, nem todas as pessoas ficam prontas para levar
essas mudanças adiante. No Segundo Reinado do Brasil, Dom Pedro II escolheu
fazer as mudanças de uma forma lenta, mas sempre progressiva. Isso permitiu que
o Brasil não se dividisse em vários outros países no século 19.
Nessa época, o país viveu certa
estabilidade democrática e econômica, liberdade de imprensa e avanço
tecnológico, mesmo com a escravidão, que persistiu até 1888, e a triste Guerra
do Paraguai. Assim, no final daquele século, surgiu espaço para a experiência
da república.
Agora, cabe ao povo fazer
com que o Brasil permaneça independente e livre. O diálogo necessita estar
presente na nossa sociedade. Você não precisa estar de algum lado, ser fã ou
seguidor de algum político ou candidato só porque todos estão fazendo isso.
Faça a sua escolha e fique em paz. Repito, é o povo quem leva o país para
frente. O brasileiro sempre foi solidário. Então, não podemos perder essa
característica por causa de uma eleição.
Que possamos nos lembrar das
duras lutas que ocorreram há 200 anos. Que o Brasil possa seguir em frente, com
paz e liberdade!

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